Cloud computing não é transformação. É metamorfose, diz CIO da Accenture


A adoção da computação em nuvem exige racionalização de aplicativos, erradicação de redes e um seríssimo processo de virtualização.


CIO/EUA

Publicada em 17 de março de 2011 às 08h56


 

 

O CIO da consultoria e provedora de serviços de TI, Accenture, Frank Modruson, tem uma queda por tudo que seja mais rápido, melhor e ofereça melhor relação custo x benefício. Não é por menos. Essas características ele quer poder entregar aos seus clientes, sejam estes internos ou externos.

“Acredito piamente na tecnologia e em sua capacidade de sustentar o negócio das empresas”, afirma o CIO. “Mas para ela funcionar nessa tarefa de promover o negócio, precisa ser mais rápida, melhor e ter um excelente custo”, completa.

Promessas da computação em nuvem, que exerce uma grande atração sobre a Accenture.

A primeira solução de computação em nuvem adotada por Modruson foi uma plataforma no modelo SaaS (Software as a Service), para o sistema de recrutamento. De lá para cá, passaram-se cinco anos. Atualmente, as soluções baseadas em cloud computing usadas pela Accenture somam 24. Houve planejamento e preparo na adoção de plataformas de  IaaS (Infrastructure as a Service) e na introdução de uma rede de IP único para transmissão de voz e de dados. Cloud abrange também as frentes de bases de dados e de virtualização de armazenamento no data center corporativo.  E, segundo o CIO, isso é apenas o começo.

Veja as cinco lições que o CIO aprendeu em sua relação com a computação em nuvem:

1. A nuvem pode levar a empresa onde era impossível chegar

Há cinco anos, a Accenture mantinha sistemas de recrutamento diferentes para cada país em que tem sede. Nos EUA, um software dava conta desse processo. Já outros países ainda baseavam a gestão do recrutamento de mão de obra com base em planilhas de cálculos. Naquela época, a Accentura já contava com um contingente de 90 mil colaboradores. Depois de aumentar a folha de pagamento em 210 mil nomes, Modruson decidiu erradicar os sistemas de recrutamento de 40 países. “Tínhamos nossa solução aqui nos EUA, mas implementá-la nos outros locais, sem deixar cair o ritmo e dando conta da carga de trabalho rotineira, jamais foi uma opção viável”, lembra.

2. Perseverar é necessário

O recrutamento de pessoal é a base do negócio da Accenture. Tal filosofia deu origem à percepção da necessidade de se ter um software especial para o recrutamento. “Uma das vantagens do modelo SaaS é a flexibilidade que ele oferece à empresa. A maneira de recrutar é, sem dúvida, um dos ingredientes secretos, ainda assim, o envio de um email resposta ou a possibilidade de os candidatos se inscreverem online é uma consequência natural, nada mais. Garanto que o ingrediente secreto não está no software”, avisa o CIO.

Houve usuários que refutaram a adoção dessas tecnologias. Apesar de desejarem usufruir dos recursos adicionais, se recusavam a mudar a maneira tradicional de condução dos processos. “Em um dado momento, percebemos que não passavam de desculpas para não fazer”, lembra Modruson. “Passamos o mesmo processo com nosso sistema de ERP, mas, com o passar do tempo, a noção dos benefícios proporcionados pelo uso dos novos sistemas fica evidente”.

3. Segurança é relativa

“A segurança é um dos aspectos aos quais as pessoas estão sempre atentas, e estão certas de fazê-lo”, avalia o CIO. “Mas, partir do princípio de que a segurança é maior quando o objeto está em seu poder é errado. Onde seu dinheiro fica mais seguro? Debaixo de colchão de sua casa ou no cofre do banco?”, pergunta o executivo.

“Empresas que provêem serviços de cloud computing investem pesado em segurança por causa de seu tamanho. Isso dá a elas condições de investir mais nesse quesito do que muita empresa jamais poderá. O segredo para a segurança na computação em nuvem está na diligência: testes, testes e mais testes”, recomenda Modruson.

4. Não é transformação, é metamorfose

Todo o processo de migração para as soluções de computação em nuvem teve início há mais de cinco anos. Houve racionalização de aplicativos, erradicação de redes e um seríssimo processo de virtualização do data center.

O contingente de aplicativos da organização foi enxugado dos 2.100 programas para um conjunto de 530 (tal redução começou há mais de uma década).

Com 80% de seus servidores virtualizados, as 220 bases de dados são atualmente suportados por um conjunto de 30 servidores físicos – antes eram 449. Apesar de uma expansão de 122% no volume de dados, não houve incremento na estrutura de servidores locais.

“Se você usar a cabeça, verá que é perfeitamente possível reorganizar o contingente de dados sem dar muita atenção às configurações específicas de hardware”, avisa o CIO da Accenture. “Dessa forma geramos economia, ao passo que podemos migrar para outras nuvens”.

“A adoção do IaaS ainda está em andamento, pois empresas de pequeno e de médio porte têm muito mais facilidade de adotar a computação em nuvem que organizações grandes”, finaliza.

5. Sistemas antigos custam mais do que parece

Boa parte das empresas do tamanho da Accenture possui estruturas de hardware e de software antigos misturados com soluções mais atuais. “Isso acontece porque acreditam que as estruturas já se pagaram e não representam mais custos adicionais. Acontece que, assim que precisarem de suporte para plataformas obsoletas, o real custo dessas estruturas fica evidente. Gosto de definir o casamento com soluções ultrapassadas a calçar sapatos de cimento. É muito difícil avançar em qualquer sentido. Sugiro que se analise de forma sóbria o que vai causar menos problemas e implicar em custos”, alerta.

 


(Stephanie Overby)

 

REF: http://cio.uol.com.br/tecnologia/2011/03/16/cloud-computing-nao-e-transformacao-e-metamorfose-diz-cio-da-accenture/

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